terça-feira, 19 de julho de 2022

CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA ADORAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA ADORAÇÃO Davi Loredo Felipe Texto referente a aula lecionada na EBD - Escola Bíblica Dominical da PIBAM - Primeira Igreja Batista de Marilândia em 17/07/2022 A igreja de Cristo tem na terra, como uma de suas características, ser provedora da adoração. Não se pode conceber um cristão e, por conseguinte uma igreja que não seja adoradora de Deus. A adoração faz parte da natureza de Deus. Ele criou todas as coisas para delas receber adoração, seja de forma instintiva como o cantar de um pássaro, o balançar de uma folha ou o assoviar das rochas sob a força do vento. Porém, entre todas as criaturas não há uma que Deus não espera tamanha e pura adoração como do homem, criatura máxima de sua obra construtiva. O homem, sendo racional, dispondo do livre arbítrio e livre é o que pode promover a adoração mais profunda, dada a consciência do que faz, podendo escolher também não fazer. Tendo rejeitado o Cristo, os judeus, povo primeiramente eleito para modelo de adoração, perdeu tal condição momentaneamente, passando para a igreja a missão de ser o povo adorador de Deus na terra e modelo de adoração para os gentios. Adorar alguém segundo os dicionários é venerar esse alguém, prestar-lhe culto ou reverenciá-lo. Na bíblia a adoração tem um sentido muito mais forte, pois o adorador não só faz expressões corporais, mas se envolve com o seu Deus, a ele se entrega a ponto de fazer qualquer coisa para agradá-lo, abdicando de sua própria existência em nome de quem propôs adorar. Portanto, a adoração na bíblia foi feita ao longo da história por oferendas como a de Abel e Abrão, mas também pela entrega de objetos, riquezas, reinos e até do próprio filho como o próprio Abraão em Moriá. Diante de tantas especulações na igreja moderna sobre o que é adorar, como adorar e quanto adorar, passamos a apresentar um modelo de adoração do qual tiramos, sem pretensão alguma de esgotar o tema o que temos como impossível, 3 características principais. Primeira característica da adoração verdadeira: A adoração deve ser desinteressada. Tal adoração é notada quando lemos a forma profunda como as criaturas adoram a Deus em apocalipse capitulo 4 e capitulo 7 versos 9 a 17. Observemos que aparecem 4 seres viventes em formas de Leão, touro, homem e águia voando. No texto as criaturas não descansavam, nem de dia e nem de noite, dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o todo poderoso, aquele que era, e que é e que há de vir. Eles adoravam sem parar, sem pensar, sem hesitar, sem esperar nada em troca, sem recompensas, sem glória e sem palco. No capitulo 7 versos 9 a 17 os mártires são visto na glória por João e enquanto os via aparece todos os anjos em pé ao redor do trono em adoração constante expressando palavras de ordem que exaltavam as características daquele que estava no trono, ou seja, amem, louvor e glória, sabedoria, ação de graças e honra, poder e força ao nosso Deus para todo o sempre. O que vemos nessa adoração? Uma existência feita para adorar. Os anjos e os animais vistos no céu existem para adorar, não se importando com mais nada. Não é nada para eles o tempo, nem o lugar, nem as estações. Não seria isso uma lição para nós? Nossa adoração a Deus não pode estar condicionada a nada, não pode depender de nosso “bom astral”, de nosso estado emocional, situação geográfica, financeira ou qualquer outra. Nada pode fazer parar nossa adoração. Ela não está no nosso cântico na igreja ou quando ofertamos, pregamos, ensinamos, tocamos um instrumento ou fazemos qualquer coisa. Isso tudo são meios que pode nos levar a adoração. Mas, a adoração é algo sobrenatural, subjetivo e invisível que está e sai de dentro de nós, não estando no que fazemos, mas muito mais no que somos. Adoramos ao Senhor em nossos lares, quando trabalhamos, divertimos e folgamos. Nosso deitar, dormir, levantar, alimentar, banhar, reproduzir e viver deve ser um constante ato de adoração ao Deus que tudo merece. Isso é adoração desinteressada. No capitulo 8 de Gênesis versos 15 a 22 Noé recebe de Deus uma ordem para sair da arca ele com esposa, filhos e noras. Ao sair da arca como Deus ordenara, Noé faz algo inusitado: sem que Deus lhe pedisse, ergue um altar e oferece um sacrifico de adoração ao Senhor. Como resultado, Deus, sentindo o suave cheiro, toma a decisão de não mais destruir a terra. Eis aí a segunda caraterística da adoração: Adoração espontânea. Um adorador verdadeiro faz isso por profunda paixão pelo seu Deus. Adoração espontânea é aquela que não precisa de motivação externa, humana ou de qualquer outra natureza. Noé adorou sem que Deus lhe pedisse um altar. Ele já sabia que como conhecedor e servo de Deus a adoração não poderia faltar em nenhum momento de sua vida, ainda mais depois de contemplar um planeta completamente diferente daquele que conhecera ao entrar na arca. Quando ele entrou na arca o mundo era uma coisa e quando saiu tudo havia se transformado em nada e mesmo assim ele adorou porque entendia que aquelas mortes, esqueletos que se espalhavam pela terra era obra das mãos de seu Deus. O verdadeiro adorador não espera ocasião para adorar, não procurar um lugar adequado para fazer, seja um templo ornado de outro ou debaixo da ponte. Sua casa é casa de Deus, seu trabalho é lugar de louvor e nenhuma circunstancia social, física, geográfica ou emocional pode determinar sua adoração. Eis o adorador sem precedentes. A terceira característica da adoração a que nos interessamos está ainda em Gênesis capitulo 22, talvez o mais triste do antigo testamento. A nostalgia dessa história mostra Abraão, depois de ter recebido de Deus a promessa de um Filho em sua velhice e de sua mulher, e ter visto seu filho nascer já sendo um lindo jovem recebe de Deus o mais inusitado pedido: dá-me seu filho em sacrifício. Abraão, sem entender que tipo de adoração seria aquela, mas crendo que Deus é Deus, imediatamente se predispôs a seguir o proposito divino. Ao fim da história, quando Deus viu que Abraão mataria o próprio filho em obediência a ele, impediu-lhe de fazer providenciando um cordeiro em seu lugar. O verdadeiro adorador adora do jeito que Deus quer e não do jeito que ele quer adorar. Não ofereço a Deus o que eu quero e sim o que ele quer de mim. O exemplo de Caim talvez se encaixe nesse projeto de adoração onde nossa vontade precisa ser satisfeita, independentemente do que Deus quer de mim. A adoração verdadeira tem muito mais haver com o adorador do que com os meios de adoração. Abraão poderia ter questionado Deus, poderia ter-lhe oferecido outra coisa no lugar do filho. Poderia inclusive ter até oferecido a sim próprio do que tirar a vida de seu filho. No entanto, ele sabia que Deus não o queria e sim o seu filho. O que Deus queria dele era uma prova de adoração limpa, livre de qualquer impedimento. Aprendemos aqui que na adoração verdadeira não pode existir condição nenhuma imposta pelo adorador. Quantos prometem que serão melhores adoradores quando não tiverem mais as lutas que agora tem, quando melhorem de vida material ou quando tiverem mais conhecimento da palavra. Jovens pensam que ao casarem poderão adorar melhor, outros esperam aquele evento, aquele encontro para aí serem transformados e assim serem melhores adoradores. Enganam-se quando descobrem que ao passar a emoção de um avivamento local e temporal tudo voltará ao normal e as lutas para adorar continuarão. O que Deus pede de cada um de nós como prova de que somos adoradores dele pode variar de um para o outro. Deus conhece o que mais nos atrai, o que nos prende, o que nos é caro em tudo que temos e somos e são nessas coisas que as vezes nos prova para ver se há em nós o verdadeiro espirito de um adorador.

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